segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A Ordem e a 1ª macula

Para aqueles que ainda crêem que a atual Gestão da OAB/MT não possui nenhuma macula ou que estão neutralizados para se opor, reverenciando a figura do conselheiro federal vitalício e seu momentâneo presidente como se fugissem da inerente característica humana da enteléquia. Este mui humilde advogado que acredita fazer das letras, e não o dinheiro, a sua força, que acredita fazer a necessidade de mudança, e não o auto-interesse no comodismo, a sua articulação, o livre pensar e agir, e não a obediência, a sua fidelidade, lhes revela a primeira das maculas da OAB/MT: a estabilização da renovação. Primeiro, uma colocação introdutória. Expor um raciocínio concatenado em informações sobre as pessoas que institucionalizam a nossa representação não adentrando em questões da personalidade de cada um que todos devemos respeitar não é ataque pessoal. Pelo contrário, aquele que não reflete ou neutraliza um raciocínio sobre as pessoas que nos representam está cometendo um ataque ao próprio significado da representação, ao direito de ser bem representado, e à instituição que lhe deveria bem representar.A fase atual da Ordem já dura 12 anos e é marcada por um concentracionismo. As forças atuantes representadas pelas lideranças da advocacia que surgem e são cooptadas com cargos são colocadas momentaneamente no núcleo do poder. Vejamos um exemplo: o atual candidato a vice-presidente da chapa situacionista. Não está lá por trabalho prestado à Ordem, pois como membro do Conselho Curador da Escola Superior da Advocacia não participou de nenhuma reunião que foi convocado. Tão pouco está lá por proximidade com o núcleo, pois do atual presidente chegou a fazer comentários sobre a maneira nada impessoal de interferência nos julgamentos dos processos no Conselho Seccional. O que ele faz lá então? É uma parte da manobra para estabilizar um grupo de advogados que estavam abertamente discutindo a democratização da OAB/MT.Nesta estabilização não existe renovação verdadeira, não nos enganamos com atuação de alguns dos jovens advogados que participam nas comissões, pois na exata medida em que os escritórios dos advogados componentes do núcleo demitem seus advogados funcionários existe a troca destes nas Comissões por outros mais dispostos a colaborar. Exemplo deste outro efeito desta primeira macula é a própria presidência da Comissão de Jovens Advogados. Ao jovem advogado que já prometeram tudo e nada conseguem prover, não lhe dão o direito de presidir a sua própria Comissão. O atual presidente da Comissão de Jovens Advogados está nesta representação, pois é advogado funcionário do candidato a presidente da chapa situacionista, ou seja, está estabilizando a renovação, pois há muito tempo deixou de ser jovem advogado por já ter completado cinco anos de carreira, e assim representa muito mais a obediência de um bom funcionário do que a militância de um jovem advogado.A oposição aguerrida continua firme no propósito da renovação, temos que a repulsa, principalmente dos jovens advogados, em votar no candidato situacionista que representa o continuísmo naturalmente idealiza a possibilidade de mudança gradual com a vitória do candidato da independência na OAB/MT. Não rompendo com esta forma de nos representar fazemos desta macula a fraqueza de nossa instituição. É esta primeira macula que impede aos jovens advogados oxigenarem a Ordem.

Bruno J.R. Boaventura

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