quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A Ordem e a apatheia

O destino de um advogado é importar com os problemas alheios de uma maneira tão profunda que a pessoa diretamente atingida com o problema confie nas mãos deste profissional a solução do que lhe atormenta.

Já o destino da classe dos advogados é aplicar esta mesma lógica, mas em um âmbito mais elevado, o da coletividade. É importar com os problemas não só dos indivíduos, mas aqueles que atormentam a nossa sociedade de forma generalizada.

É este o nosso mister, é esta a nossa responsabilidade. Ao sabermos o que é justo, não podemos mais ignorar a perfídia social. Não devemos acata - lá, e sim ataca - lá.
Não ignoro os outros tantos cala bocas que a nossa porta voz, a OAB/MT, já apaticamente obedeceu, mas desta vez o limite até do mais tolerante dos homens foi extrapolado. A todos os homens e mulheres comprometidas com o juramento prestado quando da entrega da carteira de advogado, lhes peço a atenção às seguintes perguntas: Porque a OAB/MT profetiza o Estado Democrático de Direito quando das prisões dos bandidos nas Operações da Polícia Federal, e quanto ao caos da saúde nada verboriza ? O que justifica a súbita insurgência, e o permanente silêncio? É o tamanho da tormenta, a dimensão do interesse, as pessoas envolvidas, enfim, o que te move a falar e o que te cala, Presidente?!. Pois sei que pela defesa legítima da advocacia de MT não é.

Faça de nossa voz, faça de nossa força, faça daquilo que somos no coletivo, a nossa Ordem, a demonstração que a advocacia se importa com o povo, com médicos, e com a sociedade cuiabana. São todos estes, e mais a consciência dos advogados que o caos na saúde atormenta.

Eu sei que assim não o fará. O seu compromisso não é conosco, advogados, nem com o seus companheiros como o atual tesoureiro da entidade que é advogado do Sindmed. Mas o é com seus aliados partidários: o poder do Prefeito e o poder do cargo exercido pelo conselheiro federal vitalício na Procuradoria Geral do Município.

Ei de erguemos contra esta apatheia que nos domina quando precisamos mostrar exemplo de compromisso social. Ei de sermos vitoriosos contra aquele que ameaça com represálias pelo apoio dado à nossa chapa. Ei de retomarmos o rumo da OAB/MT no prumo da Carta de Belém.

Jovens advogados, eis o seu compromisso: ir às festas, mas lembrar que a eleição da OAB/MT não é carnaval, não se vota pelo melhor enredo, pela melhor fantasia, e pela melhor máscara. O voto é por proposta, por trabalhado já feito, e por seriedade com a advocacia. Que, por exemplo, não sejamos mais uma das Seccionais que defende a manutenção da cláusula de barreira que impede a grande massa dos jovens advogados que não tem 5 anos de profissão em fazer da sua vontade, a força da nossa entidade.

O compromisso do voto não é de amizade, profissional, ou familiar, e sim com a democracia na sua entidade, é com a OAB/MT sendo atuante de forma independente dos interesses políticos partidários que hoje a pateteia.

A vitória, para que todos entendam, já é nossa. Defendemos não só a independência, mas também a democracia, ideais estes que por mais que tenhamos que lutar, já nos fazem vitoriosos somente por defende - lós. A nossa candidatura é feita da união das mais diversas representações da advocacia, todas convergidas pela mudança.
Votar em um candidato, apoiar o seu nome, não deve ser por revelação espiritual ou algo parecido, mas por entendimento do propósito que é afirmado com a sua candidatura. O nosso para quem ainda não sabe é que seja dado o basta no dia 19 de novembro ao continuísmo concêntrico que nos torna apáticos as tantas pústulas sociais.

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