sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A Ordem e a covardia

Caros advogados, saibam todos vocês, que o direito de sustentação oral no Conselho da OAB/MT não pode ser exercido. Na decisão unânime do Conselho que definiu pela impossibilidade da votação direta ao quinto constitucional, requeri “PELA ORDEM” para que me fosse garantido o direito de fazer a sustentação oral representando o advogado conselheiro Renato Nery. Esta representação era legitima, pois Renato estava em viajem, e me tinha outorgado poderes para tanto. Não caberia à mim fazer vezes de Renato como conselheiro, mas agiria como todos os advogado agem: defendo as idéias de outras pessoas por procuração.

O presente Conselho tem dito que queria fazer história, e realmente conseguiu. Que seja lembrada por toda a futura existência da OAB de MT o dia 29 de agosto de 2.008 como o dia em que covardemente o Conselho se apequenou diante da discussão da eleição direta ao quinto constitucional. A democracia se faz com ações, Senhores, não com palavras. Democrática é votação direta de todos os advogados de MT para a composição da lista sêxtupla. A história que foi feita hoje é a que o advogado tem medo do poder político e econômico, e por isso não decidiu o Conselho pela votação direta.

Os membros do conselho da OAB/MT se fizeram de rogados, não se sentiram a vontade com a beca da responsabilidade de decidir, e nem sequer discutir, a votação direta ao quinto constitucional. O presente registra para o futuro que os Conselheiros da OAB/MT não são democráticos, mas burocráticos. Nem ao menos se manifestaram sobre este conflito que nos permeia, por um tempo mais que o suficiente: a democracia dentro da Ordem.

A OAB/MT com esta decisão dá sinais claros que também coaduna com o final do quinto constitucional, pois valer crer que a legitimidade do desembargador advindo da advocacia exsurge desta negociata obscura atual é pregar o fim do quinto.

Um Conselheiro ao final da sessão, teve a capacidade de me perguntar se eu estava lutando pela causa da democracia, em razão de querer no futuro disputar a vaga de desembargador, ou por algum outro interesse pessoal. Que pequeneza, não sou filho do ventre aristocrático que ainda norteia tanto a nossa entidade. O império, caros advogados, já acabou, sou filho de uma República Democrática. Meu ímpeto, para quem já me conhece, é altruísta. Minha luta é a coragem de ser livre para manifestar com todos os ares de meus pulmões: pela democracia vale à pena lutar sem que para isso tenha que ganhar alguma coisa em troca. O último de meus quereres foi a luta por uma discussão de forma qualificada, e não covarde da democracia dentro da OAB/MT. Minha luta foi, é, e sempre será PELA ORDEM DEMOCRÀTICA. Desta é uma luta que nunca mais sairei. Aqueles que querem se utilizar da bandeira da democracia na advocacia mato-grossense, saibam desde já, que o hasteamento da bandeira por democracia dentro da OAB/MT também sempre será feita por mim.
Bruno J.R. Boaventura –

Um comentário:

Vinícius Alexandre Fortes de Barros disse...

E, realmente, é isso que acontece. Nossa busca altruísta por uma ordem democrática (a qual ainda só pode ser vista em um plano ideológico) é muitas vezes criticada como uma busca por dotes pessoais. Entendo sua indignação.