quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Todos pela Justiça.

Nada como um dia após o outro, a Justiça foi feita. A sociedade conheceu que na história de um homem que não deve, que não teme, nada é melhor que o passar do tempo. A verdade pode demorar, mas sempre volta para o exato lugar que a cabe: o assento da Justiça.
Percebi sentado na terceira das fileiras da 1ª Assembléia dos Servidores do Poder Judiciário que a justiça é feita por várias mãos, muitas esperanças, e uma luta só.
Ali, no auditório do Fórum, logo depois da sala do Tribunal de Juri, olhando os gestores, os oficiais, os estagiários, e os assessores, soube que a verdade está a reivindicar o lugar que lhe pertence.
Não se trata de apontar quem à teme, mas tive a certeza de que os servidores estão falando sério em paralisar todas as atividades a partir do próximo dia 03.10. Desconheço motivos para que isto não aconteça. As pendências expostas por esta categoria continuam as mesmas da última greve. Nada mudou, nada avançou, e os barrigudinhos ainda continuam com a mesma fome.
Ao ver de um advogado, poderia parecer insensato que aconteça a greve. O que é mais insensato, todavia é a Presidência do TJMT não ver que a única maneira de não acontecer a greve é simples. A sempre segura providência: pague aos que te cobram, se a dívida já lhe reconhece.
A Presidência do TJ, ocupada por um desembargador oriundo do quinto constitucional, é diferenciada. O magistrado ali sentado tem anos e mais anos na advocacia. A nossa realidade de advogados e advogadas lhe é próxima. Isto permite que a classe tenha uma identidade.
A identidade é fazer crer à toda a sociedade que a advocacia sabe o dia-dia da Justiça, dentro e fora dos gabinetes, os servidores, e a relação com os outros Poderes. Sabendo disso, acredita solenemente que não é saudável à existência do quinto constitucional que estes diferenciados magistrados tenham as mesmas, quase sempre, velhas soluções. Esta é a verdade que deve assentar na Justiça.
Não será inovador o processo eletrônico em todas as instâncias judiciais e administrativas do TJ ? Não foi inovador a implantação da Tv.Jus ? Qual é a razão de sempre existir uma velha solução, manter uma dívida à qual os trabalhadores da Justiça sonham, mas nunca alcançam?
O passivo da Unidade Referencial de Valor – URV foi consenso acordado na última greve, mas não foi pago sequer quantificado o seu valor.
Apelo ao advogado que está na presidência do TJ para não deixar a greve acontecer. Apelo à todos os advogados e advogadas do Estado de Mato Grosso que façam o Presidente do TJ lembrar que não existe Justiça sem advogado, mas também não existe como advogado viver se a Justiça parar.

Bruno Boaventura. Advogado. Representante de MT do Movimento OAB Democrática.