quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ano novo, filosofia de vida nova

Sejamos todos bem vindos ao oitavo ano do terceiro milênio da era cristã no ocidente, estamos rumando para o fim desta primeira década. Ano novo, e ao que me parece, os ventos anunciam uma nova filosofia de vida, é a bio-humanização.
Assim como a onda sempre chega à praia, hoje é o tempo da chegada da reflexão do nosso modo de vida. A nossa, até aqui, insistência em querer nos superiorizar diante da natureza está perdendo adeptos, a arrogância de achar que as obras humanas são incomparáveis às obras da natureza está se findando. Deparamos-nos com o ponto de nossa história em que tomamos a consciência da finitude de nossa espécie ante a um já degustado esgotamento global da nutrição das atuais condições de nossas vidas.
Há em curso uma antro-descentralização, na qual o homem é ainda visto como a mais sublime, mas também como mais uma obra da natureza - e por isso deve todo o respeito à ela.
Não seria ingratidão dar vida e totais condições de desenvolvimento a um filho, e no final não recebermos o reconhecimento de que as existências dos pais e do filho se somaram naturalmente na construção do novo individuo?
Não somos arrogantes ao ponto de venerarmos a beleza de um edifico piramidal construído no meio do deserto por mais de 3.000 anos e ignorarmos a beleza da forma de vida de um pinheiro bristlecone que possui 5.000 anos? Não somos arrogantes em crermos que nossas orações fazem o destino da natureza, sabendo que não tem crença humana capaz de lhe determinar?
Enfim não somos arrogantes ao ponto de que nossa auto-imagem ainda seja o nosso símbolo favorito de veneração e fazermos da natureza como um todo algo subordinado a nossa vontade?
Sejamos humildes, reconhecendo que somos seres da natureza para que possamos parar de dejetar ações desagradáveis na natureza e que a degrabilidade de nosso desejar faça as vezes da reflexão de nosso envolvimento com a natureza. Afinal nosso dedão, cérebro e linguagem articulados, adaptações inerentes a nossa diferenciação como espécie, são frutos reflexivos da naturalidade desta relação.

Nenhum comentário: