passada eleição da OAB/MT é experiência, e fundiu a dissidência e a oposição dos advogados. Pelo lado dos opositores: suplantou velhos líderes e suplementou novos. Capacitou-nos a entender que não deveríamos ver a democracia de nossa classe como o establishment faz.
Este atual grupo de usurpação induz que as eleições são um carnaval, conquista o voto pela qualidade das festas e não das propostas. Conquistar votos com álcool e música é um incentivo à perda da qualidade do entendimento político-classista da importância social da advocacia. Nossos pulmões se esvaziaram ao tentarmos berrarmos, quando deveríamos calmamente explicar as nítidas diferenças.
Aos nossos erros, devotamos a nossa humildade. Ao passado, os sábios falsos. Ao presente, o amadurecer dos novos líderes. Ao futuro, a coragem renovada pela lição. À luta por democracia, o jamais perecer. A experiência já nos ensinou: a paciência é a virtude daqueles que defendem a verdade, o desvelamento da mentira poderá ter falhado, mas não tardará. Agora, o projeto a ser defendido pela oposição é a renovação interna das pessoas, a defesa das críticas propositivas, e uma organização mobilizadora.
A renovação é simples: não trocamos o livro, mas trocamos a pessoa que o lê. Saberemos assim que a história por democratização continuará sendo a mesma, mas o fervor da defesa será renovado. O Movimento pela OAB/MT Democrática deve se fazer mais presente do que nunca. O avançar na vida de nossa entidade não é feita só de aplausos amestrados.
De início, crítico a composição das Comissões da OAB/MT. Vejo que o establishment não cumpriu com a promessa de ampliação da participação dos jovens e das advogadas. Nada mais fez do que aprofundar no sectarismo que cerca a nossa entidade.
As credenciais para participar nestas Comissões são ínfimas quanto à proporção do potencial do trabalho a ser desenvolvido. As nossas Comissões são quase todas compostas por advogados que trabalham para os Diretores, nada mais é preciso: seja um leal funcionário, ganhe um tapinha nas costas e um cargo na OAB/MT.
O círculo que cada vez mais se fecha é a corda que sufoca o pescoço de todos advogados. Não há independência de posições, não há discussão, não existe liberdade de atuação. Tudo é decidido entre três, no máximo quatro escritórios de advocacia, e a entidade assim representa posições pessoais e não institucionais.
Não é com falsas promessas e velhas práticas que se deveria tratar esta geração que tanto anseia mostrar para que veio. A hipocrisia é latente. À qualquer jovem advogado ou advogada que não tenha ligação umbilical com nenhum diretor proponho um desafio: peça a inclusão de seu nome, por exemplo, na Comissão de Jovens Advogados.
Uma Comissão que deveria zelar pelos nossos interesses, ressoar nossas aflições, preencher nossas angústias, e trabalhar por nossas questões, nada faz, além de eleitoralmente ser usada como capacho. Esta Comissão se transformou em uma incubadora de advogados funcionários exercentes de cargos comissionados indicados pela Ordem, recebendo em nome da Ordem, falando pela Ordem, mas tudo em proveito de algumas pessoas.
Resta saber ainda que em um futuro não tão distante estes incubados serão apontados ao mercado, pela Ordem, como novos talentos da advocacia mato-grossense.
Lembro aos jovens advogados e advogadas que corajosamente sobrevivem com um esforço próprio desmedido que em troca da lealdade em seus princípios não há Comissão que lhe retribua a tranqüilidade da consciência de ser independente.
A oposição está se renovando de pessoas e idéias. As advogados militantes da causa perpetua da democracia sejam bem vindos ao novo ano de luta intransigente em defesa de nossa entidade.
BRUNO J. R. BOAVENTURA
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