domingo, 22 de maio de 2011

Rota da desapropriação

Qual é o custo social da realização da Copa do Mundo em Cuiabá? Está é a questão a ser pensada. Falo em custo social, falo em como, porque, aonde, e principalmente para que será gasto o dinheiro público. É um novo parâmetro de avaliação: a sustentabilidade social.

Responda, qual é exatamente a medida de sacrifício social que teremos que arcar para quanto de benefício social que iremos aproveitar?

Sou contra a Copa? Não faça a desfaçatez de me acusar e julgar sem ler o que tenho para denunciar. Aliais, nada contra quem é, respeito a opinião do outro, eu sou a favor da realização da Copa do Mundo em Cuiabá. O que sou terminantemente contra é o não pensar.

Os muitos benefícios, acredito que os sonhos já se encarregaram de estrutura - lós, mas o que me preocupa são os sacrifícios.

O primeiro atinge a consciência de cada um, ninguém é bó bó xera xera de não saber que a roubalheira existe, ou então não viveríamos no sul americano centro geopolítico da impunidade. Ainda nos resta saber que estamos em uma democracia sem qualquer um de nunca sermos chamados para decidirmos sobre absolutamente nada.

O segundo é o fato de sermos submetidos à uma dieta famélica de serviços públicos de qualidade. Somos esgotados pelo trabalho que temos que fazer para pagar impostos, e engolimos os parcos serviços públicos, e a vida continua.

Não importa se não temos hospitais, escolas, asfalto, mas vamos investir bilhões em estádios e teleféricos, pois já que não temos nada, parece que temos que ficar satisfeitos com as migalhas que caem da mesa.

O terceiro sacrifício é relacionado a rota da desapropriação. É um absurdo internacional, já manifestado pelas Organizações das Nações Unidas - ONU, que pessoas sejam desprovidas de suas propriedades pelo Estado sem qualquer justiça social.

É esta a denúncia a se fazer, o Estado de Mato Grosso indignamente não repassa informações concretas as pessoas que serão afetadas pelas desapropriações. A verdade é que o cidadão cuiabano se tornou inimigo do Estado de uma hora para outra pelo simples fato de morar ou comercializar a décadas em um local que terá que ser desapropriado.

A maneira que as desapropriações estão acontecendo não deixa dúvidas, não existe preocupação com a sustentabilidade social. O gigante Estado de Mato Grosso está disposto a patrolar tudo e a todos para que as desapropriações aconteçam, não se importando com a fragibilidade social dos atingidos. A indiferença atinge famílias, de moradores, dos comerciantes e as de seus funcionários.

A não ser que o Estado consiga corromper algumas lideranças como já vem tentando, já temos um local para que o enfretamento ocorra, e só falta marcar o horário. O local é a Avenida Tenente Coronel Duarte, a chamada Prainha, epicentro da cidade e da luta.

O meu propósito é atender um pedido de dona Andressa, de 82 anos, moradora da Avenida Prainha, vítima de 2 desapropriações anteriores: "não deixem, o Governo sacanear conosco de novo."

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